A Esquadrilha da Fumaça, em parceria com órgãos da Força Aérea Brasileira – Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) - e engenheiros da EMBRAER estão realizando uma campanha de ensaios em voo desde o início de maio, com o objetivo de acompanhar e monitorar o perfil de voo do número 7 da Esquadrilha da Fumaça, posição Isolado.
O Gerente Técnico dos Projetos A-29 e F-5 do DCTA, Coronel Aviador Carlos Afonso Mesquita de Araújo, explica que, dentro do projeto de criação de um avião, existem ações e análises específicas a serem feitas com o objetivo de monitorar a vida útil da aeronave. “Trata-se de um procedimento normal de monitoramento de todo o perfil de voo executado em um esquadrão. No EDA, foi escolhido o número 7 pelo fato de este realizar o perfil de demonstrações que mais sofre esforços de cargas aerodinâmicas”.
Após quatro anos de operação da aeronave A-29 na Esquadrilha da Fumaça, ele ressalta que o momento é bastante apropriado para realizar o monitoramento da fadiga da aeronave no esquadrão: "Todas as atividades desenvolvidas nesta campanha de ensaios estão previstas nas documentações técnicas emitidas pela FAB e pela EMBRAER. Após os voos de ensaios, inicia-se a fase mais trabalhosa de análise dos dados coletados, produção de relatórios de ensaios e discussões técnicas", explica.
Segundo o Engenheiro de Suporte ao Cliente da EMBRAER, Marcelo Araújo, o procedimento é realizado comumente pela empresa. “Quando uma aeronave é desenvolvida, são calculados os esforços da parte estrutural do avião com base em modelos matemáticos. Depois é necessário realizar a campanha de ensaios em voo para validar os modelos matemáticos previstos anteriormente. Por fim, deve-se realizar o monitoramento das cargas e esforços sofridos pela aeronave ao longo da sua vida útil. É exatamente esse procedimento que está acontecendo com a aeronave A-29 Super Tucano”.
O avião foi instrumentado pela EMBRAER com sensores instalados na fuselagem e superfícies de controle, chamados de Flight Test Instruments (FTI), que gravam vários parâmetros do voo, como dados de aceleração e esforços. Também estão sendo utilizados fios de lãs na parte traseira da fuselagem da aeronave para monitorar o fluxo de ar durante os voos de ensaios. Os dados colhidos serão comparados com os modelos matemáticos feitos anteriormente e, após o término da campanha, as informações servirão de base para mensurar e acompanhar a vida em fadiga da aeronave A-29 Super Tucano na Força Aérea Brasileira.
Publicado em: 13/06/2017
Fonte: DCTA - Ten Cocate/EDA - Fotos: Sgt Ribeiro