No dia 7 de setembro de 2020, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico Amazônico (SALVAERO) foi notificado sobre o desaparecimento de um helicóptero Robinson R44, que havia decolado da cidade de Jacareacanga (PA) com destino a Itaituba (PA), com três adultos e uma criança a bordo, e acionou a aeronave SC-105 Amazonas do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) – Esquadrão Pelicano - para iniciar as buscas.
Como o engajamento do SC-105 iniciou-se à noite, foi possível que o Esquadrão Pelicano utilizasse as Técnicas Operacionais de Busca e Resgate com óculos de visão noturna (NVG - Night Vision Goggles) e sistema eletro-óptico infravermelho da aeronave com câmera FLIR (Forward Looking Infra-Red) desenvolvidas pelo Instituto de Aplicações Operacionais (IAOp) em Avaliações Operacionais (AVAOP) realizadas em 2016 e 2019, respectivamente. O helicóptero Robinson R44 foi localizado pela tripulação do SC-105 em um banco de areia do Rio Patajós, onde o piloto e os passageiros foram resgatados com vida pela aeronave H-60 Black Hawk, do Sétimo Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação – Esquadrão Hárpia. Foi a primeira missão de Busca do Esquadrão Pelicano em que foi possível utilizar essas Técnicas Operacionais para localizar os sobreviventes.
Uma Técnica Operacional é uma combinação de diversos procedimentos que visam a otimizar um determinado parâmetro, independente do cenário de aplicação. Nesta missão em específico, as técnicas empregadas correspondem a perfis de voo e configurações dos equipamentos que maximizam a probabilidade de detectar os desaparecidos.
Segundo o Comandante do Esquadrão Pelicano, Tenente-Coronel Aviador Leonardo Machado Guimarães “esse momento foi fruto da dedicação de anos de trabalho daqueles que me antecederam e também de horas de estudo e dedicação do IAOp na determinação de parâmetros de emprego. Nessa união de estudo entre 2º/10º GAV e IAOp, preparo (COMPREP) e emprego (COMAE), a FAB e o Brasil ganham e entramos para a vanguarda da Busca e Salvamento no mundo”.
Já o Diretor do Instituto de Aplicações Operacionais, Cel Av Alessandro Sorgini D’Amato, enfatizou que “a Busca realizada pelo 2º/10º GAV materializa os benefícios de um ciclo que é composto pela formação acadêmica de militares no PPGAO (Programa de Pós-Graduação em Aplicações Operacionais), pela geração de Técnicas pelo IAOp, por meio das AVAOP e, finalmente, pelo emprego real dos Esquadrões Aéreos. Parabenizo o 2°/10° GAV pela missão e registro a satisfação em observar os frutos do trabalho do Instituto em prol da Força Aérea Brasileira e do país”.
Sobre o IAOp
Criado em 2013, o IAOp é uma Organização Militar subordinada ao Comando de Preparo (COMPREP) e sediada no campus do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos – SP, que tem por missão conduzir as atividades de Aplicações Operacionais e gerar Conhecimento Operacional, o que é feito por meio do desenvolvimento de Técnicas, Táticas e Soluções Operacionais.
Além das técnicas já citadas, o IAOp realizou também, neste ano, a Avaliação Operacional do sistema de lançamento de cargas da aeronave SC-105 Amazonas, visando a garantir maior precisão no lançamento de fardos de suprimentos para apoiar os sobreviventes e as equipes de resgate em locais de difícil acesso.
Fonte: IAOp
Fotos: 7º/8º GAV, 2º/10º GAV e IAOp