Na tarde da última quarta-feira, 09 de setembro, a equipe do Laboratório de Ensaios Eletromagnéticos da Divisão de Confiabilidade Metrológica (CMA-LE) do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), unidade subordinada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), promoveu o ensaio de caracterização da antena de um nanossatélite desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em parceria com a National Aeronautics and Space Administration (NASA), agência do governo norte-americano responsável pela pesquisa e pelo desenvolvimento de tecnologia e programas de exploração espacial.
“Esse satélite é usado para medir o fenômeno da bolha ionosférica. Essas bolhas se formam na ionosfera, principalmente em países tropicais, e afetam o funcionamento do sistema GPS”, explica o Tenente Engenheiro Cássio Vinícius do Nascimento Santos, membro do CMA-LE do IFI.
A área aeronáutica é especialmente afetada por esse fenômeno ionosférico. Embora haja bastante gente estudando isso no Brasil, visto que se trata de um problema mais comum em países tropicais, a quantidade de dados disponíveis atualmente ainda não é suficiente para conseguir prever o fenômeno. “Esse satélite destina-se justamente a melhorar a capacidade de estudo sobre essa questão. E os ensaios aqui no IFI são parte da viabilização de toda essa missão”, complementa o Tenente Cássio.
Sobre o SPORT
O nanossatélite desenvolvido pelo ITA em parceria com a NASA, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e com as universidades norte-americanas de Utah, do Alabama (em Huntsville) e do Texas (em Dallas) recebeu o nome de SPORT (Scintillation Prediction Observation Research Task), acrônimo da missão a que ele se destina. A ideia das instituições envolvidas na pesquisa é lançar um nanossatélite 6U a partir da Estação Espacial Internacional, em uma altitude de 400 km e em uma inclinação de 52º, para fazer uma série de medidas in situ da ionosfera. Nesse trabalho, a parte destinada ao ITA é o projeto, a integração e os ensaios da plataforma, enquanto as universidades norte-americanas são responsáveis pela carga útil, ou seja, pela elaboração dos instrumentos de medição da ionosfera. Por fim, o INPE tem a tarefa de coordenar o segmento de solo, isto é, controlar o satélite, receber os dados, tratá-los e disponibilizá-los à comunidade científica.
Fonte: IFI/DCTA
Fotos: IFI