O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) realizou, no dia 13 de abril de 2023, em assessoramento técnico ao Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), os pedidos de proteção da propriedade intelectual de uma tecnologia inovadora intitulada “Método de controle de razão de mistura por atuação térmica nos tanques de propelentes de sistemas espaciais”. Pela primeira vez na história do DCTA foi realizado o depósito na Comunidade Europeia, além dos pedidos de proteção da propriedade intelectual que foram efetivados no Brasil e nos Estados Unidos da América, para garantia da exclusividade de exploração da tecnologia nesses mercados.
A tecnologia em questão é um processo que oferece ao mercado uma solução técnica que permite o ajuste fino da razão de mistura por atuação térmica iterativa nos tanques de propelentes de sistemas espaciais bipropelentes. Sua história tem início em 2017, quando o Centro de Operações Espaciais (COPE) do COMAE passou a operar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Além de garantir o emprego do seu principal sistema espacial, o COPE também passou a se dedicar à maximização do tempo de vida útil deste SGDC. A experiência e conhecimento na área espacial, desde 2014, com o Programa de Absorção de Tecnologias do SGDC, permitiu ao COPE desenvolvimento da referida tecnologia para operações espaciais.
“O ambiente do COPE é muito propício para a identificação de soluções inovadoras, pois é durante as operações que identificamos as reais necessidades de melhoria. Associado a um corpo técnico criativo e disposto a testar novos métodos de operação, conhecimentos inicialmente isolados, acabam se integrando. É dessas conexões que surgem as ideias inovadoras”, aponta o Capitão Engenheiro Henrique Oliveira da Mata, inventor da tecnologia e militar do efetivo do COMAE desde o início das operações do SGDC.
Ainda segundo o Capitão Da Mata “foi o somatório da expertise teórica, do desenvolvimento de novas ferramentas computacionais e a experiência operacional que permitiu o desenvolvimento do método inovador para definição do ponto ótimo de temperatura para a operação dos propulsores de satélites, sendo que, nessas condições, um satélite como o SGDC consegue utilizar ao máximo os propelentes disponíveis nos tanques, evitando desperdícios que encurtam o seu tempo de vida operacional. Estima-se que a aplicação prática dos resultados desta tecnologia deverá prolongar em, ao menos, 3 (três) meses a operação do SGDC, podendo levar a uma economia de cerca de R$ 10 milhões.”
O Tecnologista do setor de proteção da propriedade intelectual do DCTA, Renato de Lima Santos, informou que os depósitos de pedido de patente realizados constituem um primeiro e imprescindível passo para que as tecnologias possam ser objeto de transferência de tecnologia no mercado nacional e exterior a serem coordenados futuramente.
Essa realização é a concretização do cumprimento da missão do COMAE, de empregar o poder aeroespacial com vistas a garantir a soberania do espaço aéreo e a integração do território nacional, conjugado com a missão do DCTA, de desenvolver soluções científico-tecnológicas no campo do Poder Aeroespacial, a fim de contribuir para a manutenção da soberania do espaço aéreo e a integração nacional; em ambos os casos, verifica-se efeitos diretos que contribuem para fortalecimento da Base Industrial de Defesa, da sociedade brasileira e do desenvolvimento econômico nacional.
Fonte: DCTA, por SC Renato
Foto: FAB, por Sgt Johnson e S2 A.Soares
Revisão: DCTA, por Ten Alessandra Borges e Ten Carolina Redlich